quarta-feira, 4 de junho de 2008

Oração do tanatólogo

PAI!
Neste momento, rogo mais uma vez a vossa proteção.
Encontro-me diante deste corpo humano inerte, destituído de vida, cuja caminhada terrena acaba de findar.
PAI!
No exercício de minha atividade como tanatólogo, peço a vossa permissão para adentrar o íntimo deste sacrário físico, pois pretendo fazê-lo com o mais profundo e sincero respeito, tendo sempre presente em minha consciência que este ser amou e foi amado, respeitou e foi respeitado, lutou para viver, semeou, colheu, vivenciou vitórias e derrotas, edificou esperanças, cumprindo os desígnios que lhe foram determinados.
PAI!
Elevo neste instante o recôndito de minha fé, tributando a esta criatura vibrações de paz e harmonia, rogando aos socorristas do mundo invisível para que retirem, caso ainda não tenha retirado, a chama divina que habitou esta matéria, guindando-a às hostes dos seus merecimentos, desligando os liames físicos, para que nesta mesa permaneça única e tão somente a composição orgânica na qual praticarei o meu desiderato.
PAI!
Obrigado por tudo quanto tenho recebido, pois sei e sinto que ao iniciar o meu trabalho, mais uma vez as minhas mãos estarão seguras e guiadas por vosso infinito amor, que sempre protegeu e protegerá a minha saúde e minha integridade física.

ASSIM SEJA.
(Mario Fernando Berlingieri)

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